Introdução
“A Virgem Maria recebeu com fé o anúncio do anjo e, à sombra do Espírito Santo, acolheu com amor no seu ventre puríssimo aquele que para salvar os seres humanos quis nascer entre eles.” (MISSAL ROMANO. Anunciação do Senhor: Prefácio.)
O processo catequético quer colaborar eficazmente para que seja formado no coração de crianças, adolescentes, jovens e adultos autênticos discípulos missionários de Jesus Cristo. Ele se realiza como ação eclesial, ou seja, todos somos corresponsáveis, oferecendo o melhor de nós mesmos: a partilha da fé, nossa dedicação e criatividade, o amor pela missão de anunciar Jesus Cristo, que por nós morreu, foi sepultado e ressuscitou dentre os mortos. “Por ele os filhos da luz nascem para a vida eterna e para os vossos fiéis abrem-se as portas do reino dos céus. Nossa morte foi redimida pela sua e na sua ressurreição ressurgiu a vida para todos”.(MISSAL ROMANO. Prefácio da Páscoa II.) Esta unidade sistemática do processo catequético deriva daquela unidade dos sacramentos da iniciação cristã, tão bem expressa na Introdução do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RITUAL ROMANO. Ritual de Iniciação Cristã de Adultos: a Iniciação Cristã (02 de outubro de 1973), n. 2 (sigla: RICA). e também naquele do batismo de crianças. Consideremos atentamente cada um de seus elementos.
“O Batismo incorpora [os seres humanos] a Cristo, tornando os membros do povo de Deus; perdoa-lhes os pecados e os faz passar, livres do poder das trevas, à condição de filhos, transformando-os em nova criatura pela água e pelo Espírito Santo; por isso. São chamados filhos de Deus e realmente o são.
Assinalados na Crisma pela doação do mesmo Espírito, são configurados ao Senhor e cheios do Espírito Santo, a fim de levarem o Corpo de Cristo [a Igreja] quanto antes à plenitude.
Finalmente, participando do sacrifício eucarístico, comem da carne e bebem do sangue do Filho do Homem, e assim recebem a vida eterna e exprimem a unidade do povo de Deus; oferecendo-se com Cristo, tomam parte no sacrifício universal, no qual toda a cidade redimida é oferecida a Deus pelo Sumo Sacerdote; e ainda suplicam que, pela abundante efusão do Espírito Santo, possa todo o gênero humano atingir a unidade da família de Deus. De tal modo se completam os três sacramentos da iniciação cristã, que proporcionam aos fiéis atingirem a plenitude de sua estatura no exercício de sua missão de povo cristão no mundo e na Igreja”.
Desse modo, ao assumir as orientações dessas Diretrizes manifestamos a comunhão eclesial de nossa Diocese e, simultaneamente, expressamos a comum profissão de fé de toda a Igreja a respeito dos sacramentos da iniciação cristã. Quero, ainda, ressaltar que o caminho percorrido para se chegar a essas Diretrizes foi, de fato, sinodal, pois ofereceu aos 5 padres e aos (às) catequistas a possibilidade de se manifestarem, respondendo ao duplo questionário que lhes foram enviados.
Havendo necessidade de uma futura adaptação ou mudança no atual texto, seguiremos o mesmo processo de escuta realizado para se chegar até aqui.
Além disso, reafirmo que este não é um texto apenas orientativo, mas sim, normativo. Por isso, à proposta contida nas Diretrizes Diocesanas para a Catequese devem tender, de modo gradual e decidido, todas as comunidades, ou seja, paróquias, santuários, reitoria e colégios católicos.
Lembro, também, que para colocar em prática essas nossas Diretrizes em vista de uma catequese de inspiração catecumenal é preciso dedicar tempo estudando-as e aprofundando a sua proposta e a elas aderir de coração aberto.
Que a Bem-aventurada Virgem Maria do Rosário, nossa padroeira diocesana, tome-nos pela mão e nos conduza a seu Filho – “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5) – e nos torne catequistas, homens e mulheres de fé, testemunhas de Jesus Cristo, nosso Salvador, e de seu Reino.
Paranaguá, 25 de março de 2023,
Solenidade da Anunciação do Senhor
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Dom Edmar Peron
Bispo Diocesano
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