Histórico

Paranaguá foi habitada por portugueses e brasileiros, após os indígenas carijós que lá se encontravam, da família tupi-guarani – caahijó (filho da mata), denominação dada pelos Jesuítas.

 

O território paranaense do litoral foi descoberto por Martim Afonso de Sousa. Por ordem de Dom João III, Rei de Portugal, Martim Afonso de Souza saiu, a 03 de dezembro de 1530, do no Tejo, com uma esquadra de seis naus e quatrocentas pessoas. Depois de passar pela Guanabara, São Vicente (SP), (onde fundou a vila), chegou até Paranaguá, por volta de 1532.

 

Por sua vez, a 02 de novembro de 1540, o Rei da Espanha nomeou Álvaro Nuñes Cabeza de Vaca para Governador das possessões espanholas do sul da América. Com duas naus e quatrocentos homens, partiu rumo ao sul, apoderando-se dos territórios descobertos por Martim Afonso de Souza, chegando a Paranaguá.

 

A unificação das Coroas de Portugal e Espanha (1580-1640), a invasão dos holandeses, desviaram a atenção dos limites entre Portugal e Espanha, acrescentados pela bravura dos bandeirantes que asseguraram para o Brasil os territórios conquistados pelos espanhóis e nada os ameaçando.

 

A partir de 1550, Paranaguá era procurada por mineradores que exploravam metais preciosos. O nome “Pernagoá” significa mar grande e redondo.

 

Cotinga

A primeira habitação de brancos foi na ilha de Cotinga, entre 1550-1560. Cotinga significa: coo (roça, lugar, povoação) e ingá (branca ou de branco). Os índios eram os carijós, bastante ferozes, dizimando muitos portugueses que se aproximavam deles. Mas os brancos também trucidaram muitos índios.

 

Evangelização

Em 1550, chegava a Paranaguá o Pe. Leonardo Nunes, jesuíta, vindo de São Vicente. Foi apelidado Abarebebé (Padre Voador), tal a ligeireza com que andava. Conseguiu conquistar para a Igreja o caçador de índios, Pedro Correia, que ingressou na Companhia de Jesus.

 

Depois outros Jesuítas evangelizaram Paranaguá, morrendo mártir o escolástico Pedro Correia e o companheiro, Irmão João de Souza, em 1556, na Serra do Mar.

 

1ª Capela

A primeira capela em Paranaguá surgiu em 1578, sendo considerado o primeiro local de culto católico no Paraná português.

 

Paróquia

Foram os Jesuítas de Cananeia que pediram ao 1° Prelado do Rio de Janeiro, Pe. Bartolomeo Simões Pereira, para que autorizasse a primeira igreja dedicada a Nossa a do Rosário no Brasil, depois de instituída sua festa a 07 de outubro de 1571, com vitória de Lepanto contra os muçulmanos.

 

Pelourinho

Por insistência de Gabriel de Lara, o Governador do Rio de Janeiro Duarte em nome do Rei Dom João TV, autorizou o levantamento do Pelourinho, a 06 de janeiro de 1646.

 

Município de Paranaguá

Pela Carta Régia de 29 de julho de 1648 foi criado o município de Paranaguá, o primeiro do Estado do Paraná.

Capitania

Paranaguá foi crescendo rapidamente. Já em 1660, criou-se a Capitania de Paranaguá, sendo nomeado seu alcaide-mor e capitão-mor Gabriel de Lara. Em 1710, a Capitania foi extinta e anexada à de São Paulo.

 

Ouvidoria

Em 21 de agosto de 1724, surgiu a Ouvidoria de Paranaguá, que abrangia todo o sul de Iguape e Cananeia (SP), São Francisco e Desterro (Florianópolis), Laguna (SC) Nossa Senhora da Luz de Pinhais, inclusive a República do Uruguai.

 

Ouvidor era o juiz posto pelos donatários das Capitanias e no caso da Ouvidoria de Paranaguá pelo Juiz da Capitania de São Paulo, A 20 de novembro de 1749, houve a desagregação do imenso território da Ouvidoria de Paranaguá, com a Ouvidoria de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A Ouvidoria de Paranaguá foi transferida para Curitiba. A 29 de novembro de 1832, as Ouvidorias foram extintas.

 

Capitania dos Portos

A 13 de fevereiro de 1854, começou a funcionar a Capitania dos Portos de Paranaguá.

Estrada de Ferro – A 05 de julho de 1880, o Imperador Dom Pedro II, acompanhado da Imperatriz Dona Teresa Cristina, assistiu à cerimônia da Pedra Fundamental da Estrada de Ferro, Paranaguá a Curitiba, inaugurada a 02 de fevereiro de 1885.

 

Paróquia

A paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá foi criada a 05 de abril de 1655, pelo Prelado do Rio de Janeiro, Pe. Antônio de Mariz Loureiro. Foi a primeira paróquia no Paraná e a mais meridional do Brasil.”

 

Jesuítas

O primeiro jesuíta no Paraná foi o Pe. Leonardo Nunes, em 1550, morto no naufrágio, a 30 de junho de 1554, indo a Roma. Vieram, depois, o escolástico Pedro Correia e o companheiro, Irmão João de Souza, martirizados, em 1556, pelos índios carijós. O Pe. Superior, Fernão Cardin 1540-1625), enviou em 1605, os missionários padres João Lobato e Jerônimo Rodrigues e o Pe. Melchior de Pontes, continuando até 1640.

 

Em 1690, a Câmara de Paranaguá pediu ao provincial dos Jesuítas a vinda de seis padres para a abertura do colégio. Em 1699, o pedido foi atendido, chegando os Jesuítas a Paranaguá, em 1704 para as missões volantes. A 14 de maio de 1708, foram recebidos festiva e solenemente em Paranaguá e conduzidos, sob o palio, até a matriz, onde foi cantado o solene Te Deum, sendo essa data considerada a da fundação do Colégio.

 

Em 1709 foi iniciada a construção do Colégio sem a autorização do Rei de Portugal sendo, por isso, embargado. A autorização da construção do Colégio só foi outorgada a 25 de setembro de 1738. A 19 de março de 1755 foi oficialmente inaugurado o Colégio.

 

Coube, assim, aos Jesuítas, inaugurar a primeira escola de ensino primário e secundário no Paraná. Estavam matriculados também jovens candidatos ao sacerdócio.

Expulsão dos Jesuítas – O Marquês de Pombal, alegando razões de ordem política e econômica contra os Jesuítas, urgiu que o rei de Portugal, Dom José I, o Reformador, expulsasse os Jesuítas do Brasil, o que aconteceu pela carta Régia, de 04 de julho de 1759.

 

Influenciados pelo Marquês de Pombal, Portugal, Espanha e França, não permitiram mais a presença dos Jesuítas em seus países. Premido pelas circunstâncias político-sociais, o Papa Clemente XIV (1769-1774), a 21 de julho de 1773, pelo Breve Apostólico, Dominus ac Redemptor Noster, suspendeu a Companhia de Jesus, só restabelecida em 1814 pelo Papa Pio VII (1800-1823).

 

A 15 de fevereiro de 1760, os Jesuítas foram obrigados a fechar as portas do colégio e expulsos de Paranaguá os seis padres Jesuítas Cristóvão Costa, António Sousa, José Rodrigues, Pedro Santos, António Correia e José Machado e o irmão Manoel Borges Logo em seguida, o prédio dos Jesuítas foi ocupado.

 

Com a expulsão dos Jesuítas, houve um prejuízo incalculável na educação da juventude e na evangelização.

 

Padres Oblatos de São José (Josefinos de Asti)

A evangelização do litoral paranaense ficou prejudicada enormemente de 1759 até 1920, quando, a pedido do Bispo de Curitiba, Dom João Francisco Braga, foram convidados os Padres Oblatos de São José, mais conhecidos por Josefinos de Asti, a se estabelecerem em Paranaguá, em 1920.

 

Eram os Padres José Adamo, Emílio Martinetto, José Siccardi. Abriram uma escola.com muitos alunos. Destacaram-se as solenes novenas a Nossa Senhora do Rocio com a Schola Cantorum. Rejuvenesceram a paróquia com seu zelo, atividades pastorais, percorrendo a imenso território com as paróquias anexas de Guaratuba e Guaraqueçaba.

 

Missionários Redentoristas

Com a escassez de Padres, os Josefinos já de idade avançada, entregaram a Paroquia de Paranaguá à Arquidiocese de Curitiba, em 1945.

Dom Áttico Eusébio da Rocha convidou, então, os Missionários Redentoristas, que assumiram a paróquia, em 1945.

Os Redentoristas usaram nova tecnologia, adquirindo barcos velozes que percorriam as vilas e ilhas distantes, com um povo carente de tudo: religião, educação, saúde, bens materiais essenciais à vida. Abriram novamente a escola paroquial.

 

Diocese

Carta do Cônego João Raymundo Penteado de Faria Camargo – A 22 de agosto de 1957, o Cônego João Raymundo Penteado de Faria Camargo escreveu uma carta ao Arcebispo de Curitiba, Dom Manuel da Silveira D’Elboux, pedindo a criação da Diocese de Paranaguá, incluindo umas cidades litorâneas de São Paulo.

A primeira vista parecia uma ideia original e estranha, mas a ideia fol crescendo na opinião pública. No relatório quinquenal de 1959, na Visita Ad Limina, Dom Manuel da Silveira D’Elboux, Arcebispo de Curitiba, pediu à Congregação para os Bispos a criação da Diocese de Paranaguá.

A Congregação para os Bispos, a 30 de dezembro de 1959, pelo protocolo n. 810/59, diz: “Os Eminentíssimos Cardeais vão tratar do assunto proposto.”

 

Razões para a Diocese de Paranaguá

Grande extensão da Arquidiocese de Curitiba, com a Capital crescendo sempre mais.

A situação geográfica do litoral paranaense, com os problemas do porto, das praias, das ilhas abandonadas.

Impossibilidade de prover as paróquias sem pároco, por longos anos, como Guaratuba e Guaraqueçaba

Grande carência religiosa em todo o litoral e cidades que Diocese.

Carência de sacerdotes na região, apenas dez.

 

Diocese Missionária  

Deve ser uma Diocese missionária, uma vez que não pode haver mais Prelazias no Sul do Brasil.

A Congregação dos Missionários do Santíssimo Redentor consultada, a 10 de dezembro de 1960, para assumir a Diocese Missionária, por manifestação do Superior Geral. Pe Guilherme Gaudreau, aceitou, de boa mente, a proposta.

Sede da Diocese de Paranaguá – A sede da Diocese será a cidade de Paranaguá pelas seguintes razões:

É a cidade mais indicada da região sob o ponto de vista populacional.

Catedral – Paranaguá tem ampla matriz que servirá de Catedral. 3. Sob o ponto de vista histórico, é a cidade mais antiga do Paraná.

 

Sob o ponto de vista religioso, é a mais bem atendida por sacerdotes e religiosas, com mais afervoramento religioso, com o Santuário de Nossa Senhora do Rocio.

Sob o ponto de vista de estrutura física, a paróquia dispõe de ampla casa paroquial, que poderá servir para residência do Bispo.

Sob o ponto de vista educacional, é a cidade que dispõe de mais escolas, inclusive católicas.

Sob o ponto de vista da comunicação social, tem duas emissoras católicas, uma em Paranaguá e, outra, em Antonina.

Sob o ponto de vista social, as religiosas mantêm obras sociais em Paranaguá, Guaratuba, Antonina e Morretes.

 

Criação da Diocese

A Diocese de Paranaguá foi criada, a 21 de julho de 1962.

Território: 11.436 Km.

 

Diocese de Paranaguá atualmente

Território: 11.537,3 Km.

Municípios: 13

Paróquias: 18

Área Pastoral: 01

Santuários: 05

Seminário: 02

  

Fonte: História da Igreja no Paraná. Dom Antônio Pedro Fedalto e Cúria Diocesana de Paranaguá.

 

FEDALTO, Dom Pedro Antônio Marchetti.

História da Igreja no Paraná – Contribuição de Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto  para a Celebração do Jubileu de Ouro do Regional Sul 2 da CNBB. Curitiba (PR) 2014.

 

 

Brasão da Diocese

Olhando para o Brasão da Diocese de Paranaguá, a visão que temos, é como se estivéssemos em uma das tantas ilhas da diocese, observando o continente ao longe, com a silhueta da serra ao fundo.

 

O Barco e o pescador, em meio ao mar, representam todos os trabalhadores e suas atividades, que caracterizam a realidade de nosso litoral. O Barco é símbolo também da Igreja, “Nova Arca”, instrumento de salvação para a humanidade.

O pescador lembra também todos os batizados, chamados, convidados por Cristo, como “pescadores de homens”, a “lançar as redes em águas mais profundas”, empenhados na evangelização. Lembra ainda “Pai Berê”, personagem que na história de nossa diocese, no sagrado exercício do seu trabalho quotidiano, proporcionou ao povo de Deus, a venerada imagem de Nossa Senhora do Rocio, Padroeira do Paraná, pescada das águas, na baia de Paranaguá.

 

A praia aos pés da serra, nos lembra que é nossa diocese aquela que compreende todo o litoral paranaense, meta turística de tantos irmãos e irmãs. E se as praias e o mar lembram sobre tudo o “Setor Litoral”, são os verdes Montes ao fundo, que representam os Setores Marumbí e Serra, que compõe a nossa diocese, trazendo ainda à memória – além do simbolismo do ambiente serrano presente neste pedaço de terra abençoado por Deus – as áreas de preservação, que distingue o Estado do Paraná dos demais estados brasileiros.

 

A Estrela simboliza, Maria, Mãe da Igreja, Mãe de Deus e Nossa Mãe, “Estrela da Nova Evangelização”, padroeira de nossa diocese sob o título de Nossa Senhora do Rosário.

 

A Cruz, o Báculo e a Mitra simbolizam e Igreja particular constituída, porção do povo de Deus sob a condução de um Bispo Próprio.

 

A Obra “Brasão da Diocese de Paranaguá – Brasil” é de autoria de Jean Carlos Franzoi Dernis.